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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Testemunho


Tudo começou no dia 08 de setembro de2003, quando eu tinha 07 anos e ainda morava em Belo Horizonte. Meu pai foi ao banco, minha irmã foi à escola, eu e minha mãe ficamos na mercearia que tínhamos. Tempo depois, meu pai chegou, ele tinha que sair de novo, mas estava passando mal, pediu minha mãe pra sair no lugar d’ele. Então ficou eu e meu pai na mercearia. Tempo depois entra dois rapazes na mercearia pedindo água, acabaram de tomar a água e anunciaram o assalto, pediram para meu pai deitar-se no chão, mas ele não atendeu à ordem, então atiraram e meu pai caiu no chão, deram mais alguns tiros e saíram, antes de saírem quando estavam atirando meu pai pediu pra eu pegar a arma que ele guardava La em casa, os ladrões falaram que se eu desse um passo eles atiravam, deram um tiro na minha direção, mas não acertaram em mim, depois que os ladrões saíram fui até meu pai, ajoelhei-me e coloquei a cabeça d’ele no meu colo, ele falou pra chamar meus tios que moravam ali do lado, a primeira pessoa que eu encontrei foi a minha avó, falei pra ela e rapidamente ela gritou minha tia, algum tempo depois chegou bastante gente, repórteres, polícia e quase toda a vizinhança, meu avô foi esperar minha mãe no ponto de ônibus, mas quando minha mãe chegou com meu avô perto de casa perguntou a ele o que estava acontecendo e porque estava toda aquela multidão em frente à nossa casa, meu avô falou que meu pai tinha quebrado a perna, minha mãe logo desconfiou que não havia sido só isso, quando ela chegou em casa com meu avô, ficou sabendo da notícia... todos tentavam consolar eu, minha mãe e minha irmã que também já tinha sido avisada e já tinha chegado da escola, depois chegou meus tios e levaram minha mãe para o hospital, horas depois meu pai morre. Ficamos muito abalos, no enterro minha mãe chegou a desmaiar. Tempo depois que pai morreu meu tio evangeliza minha mãe, a partir daí minha mãe começou a ir à Igreja e freqüentar sempre, depois se tornou serva do ministério de música e também de intercessão, eu e minha irmã participamos do mesmo ministério que ela, mais tarde eu e minha irmã começamos a fazer parte do Ministério das Artes e dançamos em muitas ocasiões. Minha irmã já tinha até se tornado coordenadora de um grupo de jovens lá da Igreja. Fomos Felizes apesar de tudo o que aconteceu, pois Jesus preenchia em nossos corações a dor de perder um pai e a dor de perder um marido, tempos se passaram e a ex-mulher de meu pai começou a ligar em minha casa nos ameaçando de morte, minha mãe ficou muito assustada, não saia na rua, ficamos tempos assim, sem contar outros assaltos que tiveram na loja depois da morte do meu pai. Um dia minha mãe saiu no portão de casa, viu duas pessoas que pareciam estar vigiando nossa casa, ela se assustou mais ainda, já não sabia o que fazer, pois a situação ficava cada vez mais difícil. Estávamos sendo ameaçadas de morte e pessoas vigiando nossa casa. A solução encontrada foi sair da cidade, num mesmo dia colocamos algumas roupas na mala, saímos pelo fundo e um amigo nosso veio com um carro nos levar até o ponto de ônibus, passamos alguns dias na casa de meu tio que era um pouco longe lá de casa, mas ainda ficava em BH, depois da casa do meu tio, viemos morar em Salinas. Depois de aproximadamente uns dois anos e meio morando em Salinas, minha professora de Educação Religiosa convidou-me para participar do Grupo de Oração Angelus, no início eu não estava tão animada, depois de muita insistência eu fui, no segundo sábado minha irmã foi comigo, assim Deus foi agindo cada vez mais na minha vida. Hoje faço parte do Núcleo do Grupo, participo do Ministério de Teatro e Dança e Intercessão e minha Irmã (Fabíola) coordena o Ministério de Teatro e Dança. Sou grata a Deus e a todos os irmãos Angelinos que hoje fazem parte da minha vida.

Beatriz Silveira
(Grupo de Oração Angelus)

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Formação: Os anjos são santos?


Há uma distinção entre a santidade dos anjos e a nossa.
Normalmente essa pergunta pode vir à nossa cabeça, mas, como é questão de fé, é importante esclarecer e é bom nos debruçarmos sobre o que diz a Bíblia e a Doutrina da Igreja. Realmente há uma distinção entre a santidade dos anjos e a nossa. Os anjos são santos, mas são espíritos puros dotados de inteligência e vontade e na natureza há uma diferença entre a nossa santidade humana da santidade deles [anjos]. Nós somos humanos dotados de corpo, alma e espírito; os anjos são seres puramente espirituais. Por serem seres espirituais, os anjos bons e maus não podem ter a sua existência provada de maneira experimental e racional; no entanto, a Revelação atesta a sua realidade. Eles são mencionados mais de 300 vezes na Bíblia. Apesar de sua dignidade superior eles são somente criaturas de Deus, nós somos filhos de Deus.

Vejamos o que diz o Catecismo da Igreja Católica (CIC) nos números:

328 A existência dos seres espirituais, não corporais, que a Sagrada Escritura chama habitualmente de anjos, é uma verdade de fé. O testemunho da Escritura a respeito é tão claro quanto à unanimidade da Tradição.

332 Eles aí estão, desde a criação e ao longo de toda a História da Salvação, anunciando de longe ou de perto esta salvação e servindo ao desígnio divino de sua realização: fecham o paraíso terrestre, protegem Lot, salvam Agar e seu filho, seguram a mão de Abraão, comunicam a lei por seu ministério, conduzem o povo de Deus, anunciam nascimentos e vocações, assistem os profetas, para citarmos apenas alguns exemplos. Finalmente, é o anjo Gabriel que anuncia o nascimento do Precursor e o do próprio Jesus.

333 Desde a Encarnação até a Ascensão, a vida do Verbo Encarnado é cercada da adoração e do serviço dos anjos. Quando Deus "introduziu o Primogênito no mundo, disse: - Adorem-no todos os anjos de Deus” (Hb 1,6). O canto de louvor deles ao nascimento de Cristo não cessou de ressoar no louvor da Igreja: "Glória a Deus nas alturas..." (Lc 2,14). Protegem a infância de Jesus, servem a Jesus no deserto, reconfortam-no na agonia, embora tivesse podido ser salvo por eles da mão dos inimigos, como outrora fora Israel. São ainda os anjos que "evangelizam", anunciando a Boa Nova da Encarnação e da Ressurreição de Cristo. Estarão presentes no retorno de Cristo, que eles anunciam serviço do juízo que o próprio Cristo pronunciará.

329 Santo Agostinho diz a respeito deles: - “Anjo (mensageiro) é designação de encargo, não de natureza. Se perguntares pela designação da natureza, é um espírito; se perguntares pelo encargo, é um anjo: é espírito por aquilo que é, é anjo por aquilo que faz". Por todo o seu ser, os anjos são servidores e mensageiros de Deus. Porque contemplam "constantemente a face de meu Pai que está nos céus" (Mt 18,10), são "poderosos executores de sua palavra, obedientes ao som de sua palavra" (Sl 103,20).

Para alcançarmos a santidade Deus nos presenteou com um companheiro de caminhada, que conhece como ninguém a vontade do Senhor: Desde o início até a morte, a vida humana é cercada por sua proteção e por sua intercessão. "Cada fiel é ladeado por um anjo como protetor e pastor para conduzi-lo à vida" (CIC n°336). Ainda aqui na terra, a vida cristã participa na fé da sociedade bem-aventurada dos anjos e dos homens, unidos em Deus. Portanto, os anjos são criaturas espirituais que servem ao Senhor e aos homens em relação ao Seu plano divino de salvação. A santidade faz parte da natureza dos anjos, mas para nós seres humanos e limitados pela nossa humanidade ferida pelo pecado, a santidade é uma luta, uma conquista diária, requer vontade firme, renúncias, obediência a Deus e Sua vontade, vida de oração e comunhão com Ele e com os irmãos.

A Igreja fala de virtudes heroicas praticadas por homens e mulheres que foram fiéis e trilharam uma vida santa e os chama de modelos e intercessores: "Ao canonizar certos fiéis, isto é, ao proclamar solenemente que esses fiéis praticaram heroicamente as virtudes e viveram na fidelidade à graça de Deus, a Igreja reconhece o poder do Espírito de santidade que está em si e sustenta a esperança dos fiéis, propondo-os como modelos e intercessores. "Os santos e as santas sempre foram fonte e origem de renovação nas circunstâncias mais difíceis da história da Igreja." Com efeito, "a santidade é a fonte secreta e a medida infalível de sua atividade apostólica e de seu elã missionário" (CIC 828).

Deus nos criou para a comunhão com Ele e "O aspecto mais sublime da dignidade humana está nesta vocação do homem à comunhão com Deus. Este convite que Deus dirige ao homem, de dialogar com ele, começa com a existência humana. Pois se o homem existe, é porque Deus o criou por amor e, por amor, não cessa de dar-lhe o ser, e o homem só vive plenamente, segundo a verdade, se reconhecer livremente este amor e se entregar ao seu Criador" (CIC nº. 27).

O nosso saudoso Papa João Paulo II afirmou certa vez: "Não tenhais medo da santidade, porque nela consiste a plena realização de toda autêntica aspiração do coração humano. Entre as maravilhas que Deus realiza continuamente, reveste singular importância a obra maravilhosa da santidade, porque ela se refere diretamente à pessoa humana". E o Sumo Pontífice resume tudo dizendo: “A santidade é a plenitude da vida”. Portanto, Deus Pai, na Sua infinita misericórdia e Providência, nos presenteia com os santos anjos para nos ajudar como companheiros na dura caminhada para a santidade. Por isso, desde criança aprendemos:

"Santo Anjo do Senhor, meu zeloso e guardador, se a Ti me confiou a piedade Divina sempre me rege, me guarde, me governe, me ilumine. Amém".

Formação: Rezar, orar para viver


Não devemos rezar só para nós mesmos.
Rezar não é só falar com Deus. É viver com Ele, por Ele e pelos irmãos. "Rezar é viver uma presença de amor em sua vida e fazer tudo por Deus", explica frei Patrício Sciadini em seu livro "Rezar é". Orar continuamente, sem cessar, foi ordem de Jesus aos Seus discípulos. Rezar é orar e trabalhar para o Reino de Deus, para acudir os pobres, os doentes, trabalhar pela justiça, exercer uma profissão e fazê-lo a serviço do próximo. Trabalhar assim é colocar a oração dentro da vida e fazer a vida uma oração.

O contato com Deus nos desintoxica da maldade e coloca a oração sempre dentro da vida. Nas palavras de frei Patrício: "Rezar é viver, é amar e deixar-se amar, é evangelizar, abandonar-se em Deus, cantar salmos, olhar os lírios do campo, ouvir os pássaros, desabafar o coração, dizer 'sim' e nunca dizer 'não' a Deus".

Na vida cristã, o nosso momento de estar a sós com Deus é na oração pessoal, assim como Jesus também o tinha. Mas a oração cristã não é um ato realizado apenas em benefício próprio, e sim, em benefício dos outros; não rezamos só para nós mesmos. Jesus, Maria e os grandes santos da Igreja sempre colocaram em suas orações a preocupação com os homens, pois, para o cristão, orar não é apenas contemplar a Deus, mas também orar pelo próximo, o que gera atitudes concretas de amor.

A oração é o que nos mantém vivos. Assim como a planta não cresce e não dá frutos se estiver exposta ao sol, também o coração humano não desabrocha para a vida se não tiver Deus. Quem não reza corre o risco de morrer internamente. Mais cedo ou mais tarde sentirá a falta de algo, como se fosse o ar para respirar, o calor para viver, a luz para ver, o alimento para crescer e sustentar-se. É como se lhe faltasse um objetivo para dar sentido à vida.

Santo Afonso de Liguori, fundador dos Redentoristas, dizia que "quem reza se salva e quem não reza se condena".

O corpo não vive sem alimento. A alma também não. Mas, na prática, notamos que a maioria dos cristãos parece não conhecer esta verdade. Quem mantém o controle de sua vida sabe como a oração lhe faz falta... bastam alguns dias sem oração para as tentações aumentarem e sair do caminho.

Para rezar, procure estar em silêncio dentro de si e ao seu redor. Não é sempre fácil criar esse ambiente [o silêncio], mas é no silêncio que Deus se manifesta e podemos ouvi-Lo.

Quanto mais rezamos, tanto mais temos vontade de rezar e de ajudar aqueles que sofrem. Ao contrário, quando rezamos pouco, menos queremos rezar.

Quem reza sente os frutos do Espírito que fazem a vida mais bela e mais harmoniosa.

(Artigo extraído do livro "Cristãos de atitude" – O caminho espiritual proposto por Dom Bosco, Editora Canção Nova).

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Cristão Lifestyle


Pessoal, um problema que existe em muitos jovens é achar que seguir a Deus é caretice, mas na verdade é o contrário. Nós, jovens cristãos nos divertimos como qualquer um ou a até mais do que os jovens que estão no mundo lá fora, mas de uma forma diferente.

Enquanto lá fora as pessoas ''se divertem'' usando drogas, bebidas, cigarros, entre outras coisas, nós n
os divertimos e nos alegramos na presença de Deus. Isso na verdade é pura ilusão, todos que entram nesse mundo de vícios e outras coisas que desagradam à Deus só entram porque a princípio acham bonito ou porque os amigos pressionam dizendo aquelas coisas do tipo: ''Larga de ser careta'', ou (especialmente para os garotos) ''Você não bebe porque você não aguenta, você é fraco'', ''Você não é macho o suficiente para isso''.

Agora pense, tem que ter mais força para aceitar ou para rejeitar uma bebida, um cigarro, uma droga? Com certeza é preciso ter muito mais força para rejeitar. Quando rejeitamos a pressão é maior, as críticas são maiores, porque o normal lá fora é isso, se você não faz/usa essas coisas então você é um anormal (na visão do mundo), mas ser cristão é isso, é andar na contramão do mundo, é um estilo de vida diferente, e ao contrário do que muitos pensão ser cristão é muito louco, para ser cristão tem que ser ousado, tem que ser diferente.

Em Provérbios 20:29 está escrito que a beleza dos jovens está na sua força, então porque estragar a nossa beleza com fraqueza? Porque ceder a aquilo que só vai nos levar a destruição?
Também em Eclesiastes 12:1 diz para lembrarmos do nosso Criador enquanto somos jovens, mostrando que, ao contrário do que pensam, buscar a Deus não é só para as pessoas mais velhas, não, é para nós também!

MENSAJE DEL CONCILIO VATICANO II A LOS JÓVENES


Finalmente, es a vosotros, jóvenes de uno y otro sexo del mundo entero, a quienes el Concilio quiere dirigir su último mensaje. Porque sois vosotros los que vais a recibir la antorcha de manos de vuestros mayores y a vivir en el mundo en el momento de las más gigantescas transformaciones de su historia. Sois vosotros los que, recogiendo lo mejor del ejemplo y de las enseñanzas de vuestros padres y de vuestros maestros vais a formar la sociedad de mañana; os salvaréis o pereceréis con ella.
La Iglesia, durante cuatro años, ha trabajado para rejuvenecer su rostro, para responder mejor a los designios de su fundador, el gran viviente, Cristo, eternamente joven. Al final de esa impresionante «reforma de vida» se vuelve a vosotros. Es para vosotros los jóvenes, sobre todo para vosotros, porque la Iglesia acaba de alumbrar en su Concilio una luz, luz que alumbrará el porvenir.
La Iglesia está preocupada porque esa sociedad que vais a constituir respete la dignidad, la libertad, el derecho de las personas, y esas personas son las vuestras.
Está preocupada, sobre todo, porque esa sociedad deje expandirse su tesoro antiguo y siempre nuevo: la fe, y porque vuestras almas se puedan sumergir libremente en sus bienhechoras claridades. Confía en que encontraréis tal fuerza y tal gozo que no estaréis tentados, como algunos de vuestros mayores, de ceder a la seducción de las filosofías del egoísmo o del placer, o a las de la desesperanza y de la nada, y que frente al ateísmo, fenómeno de cansancio y de vejez, sabréis afirmar vuestra fe en la vida y en lo que da sentido a la vida: la certeza de la existencia de un Dios justo y bueno.
En el nombre de este Dios y de su hijo, Jesús, os exhortamos a ensanchar vuestros corazones a las dimensiones del mundo, a escuchar la llamada de vuestros hermanos y a poner ardorosamente a su servicio vuestras energías. Luchad contra todo egoísmo. Negaos a dar libre curso a los instintos de violencia y de odio, que engendran las guerras y su cortejo de males. Sed generosos, puros, respetuosos, sinceros. Y edificad con entusiasmo un mundo mejor que el de vuestros mayores.
La Iglesia os mira con confianza y amor. Rica en un largo pasado, siempre vivo en ella, y marchando hacia la perfección humana en el tiempo y hacia los objetivos últimos de la historia y de la vida, es la verdadera juventud del mundo. Posee lo que hace la fuerza y el encanto de la juventud: la facultad de alegrarse con lo que comienza, de darse sin recompensa, de renovarse y de partir de nuevo para nuevas conquistas. Miradla y veréis en ella el rostro de Cristo, el héroe verdadero, humilde y sabio, el Profeta de la verdad y del amor, el compañero y amigo de los jóvenes. Precisamente en nombre de Cristo os saludamos, os exhortamos y os bendecimos.
7 de diciembre de 1965

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Formação: Você se aceita como é?


A pior qualidade de um filho é a ingratidão.
Cada um de nós é riquíssimo no seu ser. Fomos feitos à imagem de Deus; o que mais poderíamos desejar? O Todo-poderoso entrou dentro de Si mesmo para, lá, ir buscar o nosso molde.

Como, então, você pode ficar reclamando das qualidades que você não tem? Não seria isso ser ingrato com o Senhor?

Antes de lamentar e lamuriar o que você não tem, agradeça o que você já tem e tudo o que recebeu gratuitamente de Deus Pai. Olhe primeiro para as suas mãos perfeitas… e diga: "Muito obrigado, Senhor!" Pense nos seus olhos que enxergam longe; seus ouvidos que ouvem o cantar dos pássaros, e diga mais uma vez: "Obrigado, Senhor!" Da mesma forma, olhe para a beleza e o vigor da sua juventude e agradeça ao bom Pai, de quem procede toda dádiva boa.

A pior qualidade de um filho é a ingratidão diante do pai. Jesus ficou muito aborrecido quando curou dez leprosos (uma doença incurável na época!), mas só um (samaritano) voltou para agradecer. E este não era judeu, isto é, o único que não era considerado pertencente ao povo de Deus.

Você recebeu uma grande herança de Deus, que está dentro de você: sua inteligência, sua liberdade, vontade, capacidade de amar, sua memória, consciência, etc., enfim, seus talentos, que o Senhor espera que você os faça crescer para o seu bem e o dos outros. A primeira coisa a fazer, para que você possa multiplicar esses talentos, é aceitar-se como você é, física e espiritualmente.

Não fique apenas olhando para os seus problemas, numa espécie de introspecção mórbida, porque senão você acabará não vendo as suas qualidades; e isso o tornará escravo do seu complexo de inferioridade.

São Paulo disse que somos como que "vasos de barro", mas que trazemos um tesouro de Deus escondido aí dentro (cf. I Cor 4, 7).

Eu não estou dizendo que você deva se esconder dos seus problemas nem fazer de conta que eles não existem; não é isso. Reconheça-os e aceite-os; e, com fé em Deus, e confiança em você, lute para superá-los, sem ficar derrotado e lamuriando a própria sorte.

Saiba que é exatamente quando vencemos os nossos problemas e quando superamos os nossos limites, que crescemos como pessoas humanas.

Não tenha medo dos seus problemas, eles existem para serem resolvidos. Um amigo me dizia que todo problema tem solução; e que, quando um deles não a tem [solução], então, deixa de ser problema. “O que não tem remédio, remediado está”, diz o povo. Não adianta ficar chorando o leite derramado.

É na crise e na luta que o homem cresce. É só no fogo que o aço ganha têmpera. É sob as marteladas do ferreiro que a lâmina vira um espada. Por isso, é importante eliminar as suas atitudes negativas.

Deus tem um desígnio para você e para cada um de nós; uma bela missão a ser cumprida, e você pode estar certo de que Ele lhe deu os talentos necessários para cumpri-la.

Deus Pai quer que você seja um aliado d'Ele, um cooperador d'Ele, na obra da construção do mundo. O Senhor não nos entregou o mundo acabado, exatamente para poder nos dar a honra e a alegria de sermos Seus colaboradores nesta bela obra. Ele precisa de nossas mãos e de nossa inteligência, pois quer usar os nossos talentos. Por essa razão, o homem mais infeliz é aquele que se fecha em si mesmo e não usa os seus talentos para o bem dos outros. Este se torna deprimido.

Na "Parábola dos Talentos", Jesus mostrou que só foi pedido um talento a mais àquele que tinha ganhado um; mas que foi pedido dez novos talentos ao que tinha dado dez. Deus é coerente.

Você sabe que é “único” aos olhos d'Ele, irrepetível; logo, você recebeu talentos que só você tem; então, o Senhor espera que você desenvolva esta bela herança, sendo aquilo que você é.

É um ato de maturidade ter a humildade de reconhecer os seus limites e aceitá-los; isso não é ser menor ou menos importante; é ser real.

Aceite suas limitações, seus problemas, seu físico, sua família, sua cor, sua casa, também seus pais e seus irmãos, por mais difíceis que sejam… e comece a trabalhar com fé e paciência, para melhorar o que for possível.

Se você não começar por aceitar o seu físico, aquilo que você vê, também não aceitará os defeitos que você não vê. Você corre o risco de não gostar de você se não aceitar o seu corpo. Muitos se revoltam contra si mesmos e contra Deus por causa disso. Você só poderá gostar de você - amar a si mesmo - se aceitar-se como é física e espiritualmente. Caso contrário não será feliz.

É claro que é bom aprender as coisas boas com os outros, mas não podemos querer imitá-los em tudo. Você não pode ficar se comparando com outra pessoa, e quem sabe, ficar até deprimido porque não tem o mesmo sucesso dela. Cada um é um diante de Deus Pai. Também não se deixe levar pelo julgamento que as pessoas fazem de você. Saiba de uma coisa: você não será melhor porque as pessoas o elogiam, mas também não será pior porque elas o criticam. Como dizia São Francisco, “sou, o que sou diante de Deus.”

Certa vez, iam por uma estrada um velho, um menino e um burro.

O velho puxava o burro e o menino estava sobre o animal.

Ao passarem por uma cidade, ouviram alguém dizer:

“Que menino sem coração, deixa o velho ir a pé. Devia ir puxando o burro e colocar o velho sobre este!”

Imediatamente o menino desceu do burro e colocou o velho lá em cima, e continuaram a viagem.

Ao passar por outro lugar, escutaram alguém dizer:

“Que velho folgado, deixa o menino ir a pé, e vai sobre o burro!”

Então, eles pararam e começaram a pensar no que fazer:

O velho disse ao menino:

"Só nos resta uma alternativa: irmos a pé carregando o burro nos nossos braços!…"

Moral da história: é impossível agradar a todos!

Do livro – "Jovem, levanta-te!" – Editora Cléofas