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sábado, 24 de abril de 2010

Formação - Termômetro da amizade


Não pode existir verdadeira amizade entre pessoas más.
Volta e meia conversamos sobre amizade. Se fosse realizada alguma pesquisa, talvez chegássemos à conclusão de que essa é uma das palavras que mais saem da boca de todo o mundo.

Mas será que todos sabem, de verdade, o que estão querendo dizer quando falam sobre amizade?

São Francisco de Sales é um doutor da Igreja, título dado àqueles santos que desenvolveram um ensinamento surpreendente. Ele também oferece um conceito singular sobre esse tema [amizade]: a caridade é uma amizade, ou seja, amizade é puro amor. E não para por aí não. Esse santo vai além e destaca que toda a amizade é comunicação de bens.

Eu lhe pergunto: o que é um bem? Bem é tudo aquilo que, quando colocamos em comum, nos enriquece, acrescenta, plenifica, aperfeiçoa. Só pode existir bem quando existe amor, e só existe amor onde existe Deus, que é puro amor. Aqui, São João Evangelista também pode nos ajudar, quando ensina que “Deus é luz e nele não há treva alguma” (cf. I Jo 1,5).

Ora, se Deus é amor e é luz ao mesmo tempo, isso significa que esse sentimento apenas existe na luz e vice-versa. Aí já fica fácil de entendermos melhor muita coisa.

Em primeiro lugar, fica claro que não pode existir verdadeira amizade entre pessoas más ou que se unem para fazer o mal. O mal é escuridão, é treva, é o oposto da luz. Todo o relacionamento que tem como base o mal foge da lógica da amizade, que, como vimos, é comunicação de bens e todo o bem é bom, é luminoso. É impossível existir um bem que seja um mal.

Não é nem preciso pensar muito para que outra pergunta surja logo em nossa cabeça: que tipo de bem eu tenho comunicado aos meus amigos? Melhor ainda: será que eu estou, verdadeiramente, comunicando algum bem aos meus amigos, ou seja, partilhando com eles coisas que enriqueçam o nosso relacionamento? Ou, ao contrário, muitas vezes, eu tenho dado mais ênfase à escuridão, por meio do que falo, do que vivo, do que estimulo o outro a fazer e a viver?

É tempo de retomada, de dar a volta por cima e colocar a vida de novo no caminho certo. Faço um convite para você: seja verdadeiro amigos de seus amigos. Vamos comunicar bens que sejam realmente bons, luminosos, que testemunhem o Deus que é todo luz e todo amor.

Peçamos o auxílio do Senhor:

Senhor, a amizade precisa ter raízes em Ti para que possa ser verdadeira. Somente em Ti e a partir de Ti tudo pode ser construído com bases sólidas, firmes, duradouras, com destino à eternidade.

Sim, Senhor, ensina-me a ser verdadeiro amigo de meus amigos. Aumenta o desejo de meu coração em perseguir este objetivo com todas as minhas forças.

Dá-me a graça de resplandecer em minha vida e através dos bens que comunico toda a tua Luz, que cura de todo o mal!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Jovem de Deus, jovem de Calça Jeans!


Vivemos uma juventude maliciosa.
Não podemos ter receio de ser Cristãos.
Jovem, pra ser de Deus basta ser normal. Não precisamos nos enclausurar em uma igreja, em um seminário ou em um convento para ser Cristão, no mundo em que vivemos ainda é possível ser de Deus, sem deixar de ser normal. Precisamos de Jovens santos. Deus veste calça Jeans, fala gíria... Deus é Jovem também, e ele quer fazer parte da nossa turma. Então saiba ser Cristão! Basta ser normal. Saia com seus amigos, divirta, mas seja santo no ambiente em que freqüenta.
Que o nosso Jeito de ser santo, desperte novas santidades em nosso meio.

Que a força do Espírito esteja consoco!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Formação - Aprendendo a ser padre


Ser padre é também saber sofrer os reveses da vida
Eu estava nos primeiros meses da minha vida como sacerdote, residia na minha terra natal, sede da diocese. Trazia o coração cheio de alegria pelo cumprimento das promessas de Deus, que me convidou para segui-Lo. Em minha mente, os conceitos aprendidos na Teologia estavam vívidos e bem definidos, eu era professor no seminário diocesano e embora não tivesse ainda assumido trabalhos paroquiais, sentia-me capaz de 'transformar' o mundo através do exercício do ministério.

Fui chamado a um hospital para visitar uma jovem mãe que havia dado à luz no dia anterior. Entusiasmado, preparei-me também para visitar outros que porventura precisassem. Depois de abençoar mãe e filho recém-nascido, comecei a visitar os enfermos naquele hospital. Uma jovem veio ao meu encontro, ofegante, pediu que eu fosse dizer umas palavras à sua mãe. “O médico nos disse que fez tudo o que era possível por ela”, afirmou a jovem. Tratava-se de uma idosa com câncer em estado terminal. Não imaginava que meu encontro com aquela enferma pudesse ser, para mim, uma das mais importantes lições que aprenderia depois das aulas de Teologia, encerradas havia pouco tempo.

- "Sua bênção, senhor padre!", assim me disse aquela senhora de olhos fundos, pele pálida e rosto maltratado pela enfermidade. Sempre fiquei impressionado com o câncer, este mal corrói a pessoa de dentro para fora e o seu tratamento clínico faz o mesmo, de fora para dentro. Imaginei que o Senhor me conduzira até ali para dar um grande apoio àquela senhora. Após a santa confissão e durante a santa unção percebi seus olhos lacrimejarem. Também fiquei comovido por contemplar as mãos de Jesus consolando uma pessoa prestes a partir deste mundo. Antes de sair e chamar novamente os parentes que estavam no quarto, eu lhe disse:

"Hoje o Senhor Jesus a visitou, agradeça-O e não fique triste!" E "Considero-me uma cancerosa muito feliz, senhor padre!", respondeu. Fiquei impressionado com a resposta e ao perceber meu espanto, acrescentou: "Nunca fui tão feliz como depois do câncer! Sofri 37 anos um casamento marcado por traições e alcoolismo, meu marido era um homem derrotado pelo vício e pelo pecado. Orei muito pedindo ao Senhor que o livrasse daquela vida. Depois que descobri essa doença em mim, percebi que meu marido ficou tão comovido que algo mudou dentro dele. Há alguns dias ele me pediu perdão por toda dor que me causou, mas já há muito tempo percebo em seus gestos que minha doença curou a dele. Meu casamento foi restaurado! Aquela jovem que foi chamá-lo, senhor padre, era uma menina perturbada por uma depressão terrível. Vivia fechada em seu quarto, não saía nem para se alimentar e chegou a tentar o suicídio várias vezes. Quantas vezes chorei com o rosário na mão, implorando um milagre por esta filha. O milagre aconteceu! Depois que comecei o tratamento do câncer, essa filha se recuperou repentinamente e passou a acompanhar-me de exame em exame, de hospital em hospital. Quando me sentia abatida, era ela que me fazia sorrir com histórias alegres e o testemunho do seu amor. O milagre da minha filha aconteceu através do meu câncer. Por fim, meu filho mais velho, casado há 15 anos, estava para se separar da esposa. Ele, em crise de fé, queria abandonar a Igreja Católica e sua esposa não concordava. Fiquei arrasada porque mesmo apesar de ter sofrido tanto com meu esposo, nunca aceitei a ideia de separação. Para não desrespeitar o espaço deles, fiquei calada e apenas orei. O que minhas palavras não disseram o câncer falou. Já faz três meses que eles estão bem, e ambos vêm me visitar todos os dias; juntos rezamos o terço e meu filho renovou sua fé e respeito pela Igreja. O câncer veio na hora certa, na hora de restaurar minha família! Posso morrer em paz, pela bênção que o senhor me trouxe através dos sacramentos, e pela alegria de ver minha família restaurada por Deus através dos meus sofrimentos".

A Igreja, por intermédio de meu bispo, me ordenou sacerdote. O seminário me formou por meio de duas faculdades e pelo acompanhamento dos formadores. Mas foi uma moribunda num leito de hospital que me ajudou a entender um pouco mais o que é ser padre. Estou prestes a celebrar 10 anos de sacerdócio. Tenho vivido muitas experiências difíceis e algumas delas muito duras. Quando me sobrevém algo muito difícil, lembro-me daquela senhora cancerosa, a quem o Senhor chamou para a eternidade… Então compreendo que ser padre é também saber sofrer os reveses da vida para que outros tenham vida. Ser outro Cristo é aceitar o Calvário para que outros experimentem a Páscoa. Das muitas lições que ainda tenho de aprender, essa primeira me serviu para dar sentido a todo sacrifício que abracei para ver tanta gente feliz. Gente que aprendi a amar, olhando o amor de uma cancerosa que imitou Jesus.

Padre Delton
http://blog.cancaonova.com/padredelton

terça-feira, 13 de abril de 2010

Formação - Não pecar contra a castidade


As consequências de uma sexualidade errada
O Catecismo da Igreja Católica (CIC) coloca a castidade como um dom, uma graça, uma obrigação. Castidade tem tudo a ver com a capacidade de dar-se. A pessoa que consegue ter um autodomínio de si, consegue dar-se ao outro.

Eu percebo que todos nós pecamos muitas vezes contra castidade por termos aprendido assim na escola, em casa ou na televisão. Eu acredito que mesmo por pensamento, por atos ou omissões já pecamos contra a castidade.

O encardido [inimigo de Deus] não conseguiria nos fazer pecar se ele não revestisse o pecado com algo gostoso. Ele usa isso como isca; somos como peixes, o pescador coloca a isca no anzol, o peixe vê, achando que é comida, vai comer e acaba sendo fisgado. Primeiro, o encardido nos seduz, depois ele nos leva a nos autocondenar. Para eu cometer um assassinato eu preciso ter uma arma, mas para eu cometer o pecado da castidade, eu não preciso de nada, somente do corpo.

O Catecismo afirma que a sexualidade tem tudo a ver com a pessoa humana. A sexualidade no falar, no agir, de cortar o cabelo. Homem tem de mostrar que é homem na roupa que veste e vice-versa; mas, num capítulo, o Catecismo mostra as consequências de usarmos a nossa sexualidade de forma errada.

Certa vez fui conhecer o quadro da Monalisa. Lá se paga uma fortuna, existem vários seguranças tomando conta da obra, mas, quando cheguei, me decepcionei, pois era um quadrinho de nada. Por que será que havia tantos guardas tomando conta daquela obra? Por causa do artista que a tinha feito.

Sabe por que a Igreja briga tanto por você? Por causa do Artista que o criou, você é uma obra de arte muito preciosa.

Para os casais e para os que estão prestes a se casar eu recomendo que leiam o meu livro: "Sede fecundos". Vocês precisam descobrir a beleza da castidade e do seu corpo. O objetivo do encardido, quando quer seduzir, é fazê-lo perder o autodomínio, e perdendo o autodomínio você não se valoriza.

O corpo de uma pessoa que se prostitui caminha muito rápido para a deformação. A sexualidade é boa, é fonte de vida, é obra privilegiada das mãos de Deus, por isso temos de ter cuidado quando vestimos uma roupa, para não despertar no outro um olhar malicioso.

Quando um homem e uma mulher se unem é o lugar mais parecido com o céu.

A melhor e a mais bela reprodução da beleza da Santíssima Trindade se dá quando casais consagrados a Deus se unem num ato sexual. E a marca registrada do amor de Deus é o prazer e a alegria no corpo e na alma no ato sexual.

O Catecismo apresenta no plural: os atos próprios pelos quais o homem e a mulher se dão, a relação íntima da mulher e do homem. Quando essa relação é isolada é mais apropriado chamá-la de prostituição.

Precisamos cuidar do nosso corpo e do nosso órgão sexual. Hoje em dia os jovens não têm vergonha de nada, usam calças com cuecas aparecendo, calcinha aparecendo; isso quando não aparecem outras coisas. Você precisa a amar o seu corpo, foi Deus quem o fez.

Nós precisamos combater o inimigo, principalmente porque ele se instala na sexualidade. E tudo porque a sexualidade é linda.

Artigo extraído de palestra de dezembro de 2005

Padre Léo
Fundador da Comunidade Bethânia

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Vaticano explica procedimentos em casos de denúncia de abuso sexual


Um guia para entender os procedimentos tomados pela Congregação para a Doutrina da Fé nos supostos casos de abusos sexuais de menores foi publicado na página web do Vaticano, na seção "Focus", nesta segunda-feira, 12.

O destaque do texto é para a ênfase de que os delitos devem sempre ser informados às autoridades civis competentes.

.: Guia sobre o procedimento nos casos de abusos sexuais

O documento se baseia no Motu Proprio "Sacramentorum Sanctitatis tutela"(MP SST), de 30 de abril de 2001, bem como no Código de Direito Canônico, de 1983. "Este é um guia introdutório que pode ser útil aos leigos e não canonistas", diz o texto.

O documento é divido em três partes: "Procedimentos preliminares", "Procedimentos autorizados pela CDF", "Revisão do MPSST".


Entenda o documento

Os "Procedimentos preliminares" explica que as denúncias são investigadas, no primeiro momento, a nível diocesano. Quando as acusações são plausíveis, o caso é remetido à Congregação para a Doutrina da Fé (CDF), juntamente com todas as informações necessárias, transmitidas pelo bispo.

Nessa fase, "o bispo pode impor medidas cautelares", que fazem parte de "sua autoridade ordinária".

O item "Procedimentos autorizados pela CDF" explica que a Congregação estuda o caso apresentado pelo bispo diocesano, podendo seguir três opções. A primeira delas diz respeito aos processos penais, que implica na abertura de um tribunal local da Igreja para julgar o caso.

A segunda opção é de casos referidos diretamente ao Santo Padre, quando as situações são muito graves e a CDF "pode optar por levar o caso diretamente ao Santo Padre, com o pedido de que o Papa promulgue, com um decreto 'ex officio', a expulsão do estado clerical. Não há recurso canônico contra tal decisão pontifícia". É nessa opção que também se enquadram os pedidos de sacerdotes acusados que reconheçam seus delitos e desejem a dispensa da obrigação do sacerdócio e o retorno ao estado laical.

Já a terceira opção diz respeito a medidas disciplinares, "nos casos em que o sacerdote acusado tenha admitido seus delitos e aceitado viver uma vida de oração e penitência, a CDF autoriza o bispo local a emitir um decreto que proiba ou restrinja o ministério público de tal sacerdote". Deve ficar claro que esses decretos, caso violados, produzem uma pena canônica que não exclui a possibilidade de expulsão do estado clerical.

A última parte do documento, "Revisão do MPSST", indica que a CDF está em processo de revisão de alguns artigos do Motu Proprio "Sacramentorum Sanctitatis tutela", com o fim de atualização. "As modificações propostas por essa discussão não mudarão os procedimentos antes mencionados (A, B1-B3)", conclui o documento.